os paninhos

A alma tem milhões de anos, a consciência individual é apenas a florada e a frutificação própria da estação que se desenvolve a partir do rizoma subterrâneo (...) cuja trama das raízes é a mãe universal. Jung

A questão decisiva para um homem é: ele está, ou não, ligado a algo infinito.

Eis aí a pergunta mais significativa da sua vida. Jung

Laksmi, companheira de Vishnu o sustentador do universo na religião hindu. A deusa é sempre lembrada para fazer a conexão com amor, fartura, riqueza e poder. É símbolo da potência feminina, sendo reconhecida por sua eterna juventude e beleza.

Indiferente ao amor e caçadora infatigável, Diana era cultuada em templos rústicos nas florestas, onde os caçadores lhe ofereciam sacrifícios. Na mitologia romana, Diana era deusa dos animais selvagens e da caça, bem como dos animais domésticos. Filha de Júpiter e Latona, irmã gêmea de Apolo, obteve do pai permissão para não se casar e se manter sempre casta. Júpiter forneceu-lhe um séquito de sessenta oceânidas e vinte ninfas que, como ela, renunciaram ao casamento. Diana foi cedo identificada com a deusa grega Ártemis e depois absorveu a identificação de Artemis com Selene (Lua) e Hécate (ou Trívia), de que derivou a caracterização triformis dea ("deusa de três formas"), usada às vezes na literatura latina. O mais famoso de seus santuários ficava no bosque junto ao lago Nemi, perto de Arícia.

Diana é a Lua crescente, a mulher jovem que junto com Selene, a Lua cheia, a mãe e Hécate, a Lua minguante a mulher velha, forma a trindade da deusa. 

"senhora
da natureza e seus mistérios
artesã
dos processos
minuciosos & infindos
feiticeira
da farmácia da terra
dos grãos e das ervas
dos venenos-remédios
guardiã
dos livros de areia
rainha
cintilla no cadinho do alquimista
geômetra
da harmonia dos cristais
do sal e do açúcar
senhora
do caos e da ordem
mãe e filha
na cozinha da casa
e nas artes do amor
engenhosa
sacerdotisa"

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o poema acima é da amanda costa  - é a lua em virgem, a Deméter tão lindamente descrita pela Amanda 

Deméter, senhora das colheitas, mãe de Perséfone, chorou desesperada após o rapto da filha por Hades. Até que os deuses concederam a ela o direito de ter a filha na superfície durante meio ano - quando tudo se cria e floresce- mas com a condição de que  no restante do ano Perséfone no submundo com o seu consorte. 

Persefone, no instante anterior a ser levada por Hades para o submundo. "Era uma vez um corredor de amores, e uma casa ancorada no tempo da vida para não naufragar. Era uma vez viagens e descobrimentos (...) Era uma vez - e ainda respira em mim como um cavalo alado - aquele mar." Lya Luft

Héstia é a deusa que simboliza o Fogo Sagrado que era colocado no centro dos altares das casas   gregas, representando o fogo que vem do cento da terra e a lareira do mundo.

É o fogo que desenvolve os afetos e cria vínculos.

Psiquê antes de ser bordada

Existe, então, um recipiente maravilhoso em quase todas as mitologias; ora ele proporciona juventude e vida, ora é curativo ou está imantado de inspiração e sabedoria. (...) Muitas vezes – sobretudo como caldeirão -, ele proporciona transformação e, com esta propriedade, tornou-se particularmente famoso como o Vas Hermetis da alquimia.

Ema Jung e von Franz - A Lenda do Graal


O Processo:

os paninhos juntos no chão da minha sacada

Comecei a trabalhar nos paninhos em 2008, fazendo algo inédito pra mim: juntar a pintura e o têxtil.

A matéria:

Usei retalhos de uma tela muito grossa, sobras de outro trabalho e desenhei/ pintei com nanquim e têmpera. Bordei com fios de croché e uma grande agulha. É um trabalho pesado, o tecido muito resistente e demora para bordar.

Os sentimentos:
Tenho mãos de desenhista, pintora e costureira, não consigo fazer força, lidar com grandes resistências. Enfrentei a resistência por um tempo e  resolvi aliviar. Comecei a limitar as interferências têxteis, ficando só com pequenos detalhes de fios amarrados e desfiados. Mas eu gosto de detalhes, de técnica, de elaboração no fazer.  Senti-me um tanto insatisfeita ao final. Voltei a bordar. A produção foi pequena.

Hoje:

A Deméter foi vendida, a Pacha e o Pote trocados e os outros estão comigo, neste momento.