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sexta-feira, 22 de julho de 2011

arteterapia: fazer algo por si mesmo e pelos que convivem com você


Alguns apostam na força do verbo para buscar o autoconhecimento, seja em sessões de terapia ou em grupos de autoajuda. Outros, preferem atividades como a escrita, a pintura e a dança para entrar em conexão com o nosso mundo interior. "O importante é a pessoa fazer algo que lhe dê prazer", afirma Selma Ciornai, professora do departamento de Arteterapia do Instituto Sedes Sapientiae e do Instituto Gestalt de São Paulo.

Embaladas por essa energia, quatro histórias demonstram que o caminho interior pode estar presente em toda e qualquer atividade consciente e prazerosa, desde que simbolize uma aliança consigo mesma. Veja só

Zen Mores - Paixão pela música
Cansada de trabalhar em jornadas incessantes como criadora de moda numa loja em Nova York, Zen Moraes, 38 anos, buscou na música uma válvula de escape: "Cantar funcionava como uma forma de expressão e também de alívio do estresse", conta. E o que começou como puro lazer transformou-se na sua profissão. Para ela, não basta somente soltar a voz, é preciso cercar-se de coisas boas. Foi por isso que, em 2008, ela lançou seu primeiro CD Fale Somente do Bem. "Acredito que cada palavra cantada cria um som com poder curativo, com um leque imenso de frequências", relata. Não é à toa que ela está se preparando para o lançamento de seu segundo CD, todo inspirado no mantra Om. Ela ainda associa o seu trabalho à meditação. "É uma forma de me desligar do mundo externo para me conectar com o que tenho de mais sagrado."

Sandro Bosco - O corpo como forma de expressão
Cedo na vida o professor de ioga Sandro Bosco, da escola Yoga Dham, de São Paulo, percebeu que existe um modo de ver a vida com menos razão e mais emoção. "Quando comecei a praticar, eu sofria de colite de fundo nervoso e tudo o que comia me fazia mal", relata. "Cinco meses de hatha ioga foram mais eficazes do que os cinco anos de tratamentos via medicina tradicional que tinha feito." Esse final feliz para um mal que o atormentava foi o ponto de partida para uma paixão (e dedicação) que dura até os dias hoje. Um dos seus grandes prazeres é poder mostrar para os seus alunos que existem outras formas de expressão além da palavra. "Por meio da prática, tento encorajá- los a transitar por universos desconhecidos para que ampliem o conhecimento sobre si", conta.

Roberto Martin - Observador dos ciclos da natureza
O agrônomo Roberto Martin, 61, trabalha na escola de jardinagem da Uma Paz, em São Paulo. Nunca fez terapia, no entanto, extrai de sua atividade um importante substrato: a possibilidade de estar próximo da natureza e consigo mesmo. "Quando revolvo a terra, sinto um prazer enorme, que me enche de tranquilidade", conta. "A cada dia, colho importantes frutos emocionais." Tamanha satisfação vem da observação atenta das sementes que se desenvolvem e se transformam em árvores, das folhas que caem nas estações mais frias e das flores que explodem em cores na primavera. "Nós também temos ciclos que devem ser percebidos e que ditam nossa vida", afirma. "São eles que nos restauram e fazem com que nos tornemos pessoas cada vez melhores."

Olga Reis - A vida tecida em fios
Desde 1989, a artesã Olga Reis, 50, trabalha com tecelagem. Para ela, essa atividade costura uma delicada ponte com a vida. Dando oficinas há muitos anos, a artesã nota como as relações das pessoas são evidenciadas por essa atividade, pois para aprender o ofício é preciso, em primeiro lugar, colocar a urdidura, ou seja, fixar os fios que ficarão presos. A partir dela, a aluna poderá escolher cores, texturas e formas que serão tramadas, conforme seu estado de espírito. "Para mim, a vida também é assim", conta. "Cheia de tramas, fios e nuances que podem ser remanejados a qualquer momento, originando uma nova obra."

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